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"É bonita e é vivida."

Estava com saudade dessa música, mas, princialmente, das coisas que aconteceram na época que a ouvia. Eu trabalhava, tinha meu círculo de amigos no bairro, na escola, no emprego e anexos; tinha os meus problemas, sabedoria, orgulhos e decepções; lia livros todos os dias, uma infinidade de coisas maravilhosas que não posso tornar fazer.


Não reclamo. Não. Seria ingratidão minha. Agora tenho faculdade onde curso medicina (um sonho acordando), tenho minha casa, moro em outro país. Agora tenho liberdade e junto com ela, a responsabilidade de me manter aqui somente com o dinheiro que meus pais me mandam. Mas falta algo. Sim. Falta minha irmã, dos meus pais, dos meus. Nem minha cama foge à lista.

Foi estranho essa semana: do nada me lembrei que meus pais têm carro, foi estranho porque estou acostumada ter de tomar táxi ou micro para ir ao mercado,sendo que em casa bastaria chamá-los. Eu não choro à noite de saudade, mas ela vem de vez em quando e deixa o vazio no coração.


Enfim, sou do tipo de passarinho que sabe aonde voltar.

Comentários

Índia disse…
Gabi, consegui sentir uma pontinha da sua solidão. Mesmo hoje mais velha, estabilizada profissionalmente, graduada e pós-graduada, mas longe dos meus (não tanto quanto você e nem de forma tão "complexa"), ainda me bate essa nostalgia no fim do dia.

Eu sei que você sabe que é uma ponte, quando você atravessar, saberá que valeu a pena.

Fica bem. Tudo de bom.

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