Estava sentada à varanda quando vi algo pequeno e singelo voando de flor em flor, voava para frente e para trás, para um lado e para outro, para cima e para baixo. Tentei imaginar em câmera lenta o movimento de suas pequenas asas batendo rapidamente para mantê-lo no ar enquanto beijava as flores recolhendo o mel (nas flores de São João há mel de fato, já experimentei) e enquanto estava ali parada apenas observando não senti o tempo passar. Já eram quase quatro horas da tarde, a vida fluía na tarde de sábado. Fiz alguns cálculos matemáticos para ter uma noção de quantos bebês estariam nascendo enquanto observava o pequeno beija-flor. Não fazia a menor ideia do resultado - afinal, não sabia o número exato de nascimentos por segundo, mas, de que importa? - me sentia em paz comigo mesma. Endireitei minha coluna e me pus a pensar. Pensar em viver, em comer, em rezar e em amar. Me pus a escolher algo bom a fazer em seguida, me pus a analisar e a observar - hein, psiu, você aí, você me
Momentos íntimos com a minha psique.