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Mostrando postagens de 2013

Hasta luego.

Estou cá eu na cozinha, estudando sociologia como se estivesse já em um outro mundo no século XIX, procurando fontes e saberes que se possam chamar confiáveis para construção de meu intelecto e quando, de repente, olho à janela e lá longe, por cima das roupas lavadas e estendidas no varal avisto algo: Um arco-íris. Sei que não é grande coisa ver coisa dessas, mas ocorre que no presente momento encontro-me num dia caloroso e ensolarado de inverno brasileiro. Não é comum ver coisa como tal antes da chuva, quase contra a lógica. Embora nos bairros próximos possa estar chovendo, o fato é que na minha casa não está, portanto não deveria eu estar vendo o que vi. Imagine a cena: um sol que parece estar mais próximo da terra, principalmente da minha casa, porque o calor é grande; uma casa qual cá encontro-me com uma edícula ao fundo, que faz contraste com o céu; este céu, o mesmo que abriga o sol, as nuvens, a vida, o universo e tudo o mais , em tons de cinza ha alguns quilômetros daqui

Um copo meio cheio e meio vazio.

Encontrava-me nua em relação ao sentimento vivamente exposto. Sentia aquilo como fogo ardente consumindo cada célula a partir do toque das mãos, numa incessante euforia qual vontade tinha nunca mais parar. Narro o passado episódio para posteridade. Lembro-me muito bem de estar acompanhada e de estar feliz. Havia uma conexão, química ou qualquer nome que seja dado, porém isto havia entre nós, intangível e quase palpável. Passando breves momentos conversando com palavras meio vagas, meio ocupadas aquilo que se encontrava na mente, um ópio de pensamentos inumerosos e de inquietude ao fim da tarde. Longe um do outro, mas não tanto assim. Afastados mas querendo eliminar o vento e os objetos que os limitavam. Infantis. Não como metade de uma laranja, porque laranjas não são tão gostosas assim, mas como uma manga que apesar de poder se partir, há a semente no meio, que não floresce senão inteira.  Então no momento em que nos aproximamos pude sentir instantaneamente a dor que carregav

Amo-te por todas as razões e mais uma.

Por todas as razões e mais uma. Esta é a resposta que costumo dar-te quando me perguntas por que razão te amo. Porque nunca existe apenas uma razão para amar alguém. Porque não pode haver nem há só uma razão para te amar.Amo-te porque me fascinas e porque me libertas e porque fazes sentir-me bem. E porque me surpreendes e porque me sufocas e porque enches a minha alma de mar e o meu espírito de sol e o meu corpo de fadiga. E porque me confundes e porque me enfureces e porque me iluminas e porque me deslumbras.Amo-te porque quero amar-te e porque tenho necessidade de te amar e porque amar-te é uma aventura. Amo-te porque sim mas também porque não e, quem sabe, porque talvez. E por todas as razões que sei e pelas que não sei e por aquelas que nunca virei a conhecer. E porque te conheço e porque me conheço. E porque te adivinho. Estas são todas as razões.Mas há mais uma: porque não pode existir outra como tu. Joaquim Pessoa em  Ano Comum * via Obvious.

Fui

"Oh, senhorita, não leve este pobre cavalheiro a mal. Estive a ponto de cumprimentá-la, mas as obrigações diplomáticas impeliram-me a continuar em meu lugar e dialogar com os transeuntes conhecidos. Quando meus olhos procuraram os seus, a senhora já não estavam mais no lugar onde havia deixado." *13/08/2012 mais ou menos

Dois passos a mais.

Quantas opiniões formavam sobre mim enquanto eu passava pelo campo de visão por uma fração de segundos? Achavam tantas opiniões perdidas por falta de argumento que podia ver acima de suas cabeças o número de argumentos, detalhes e conversas sendo tecidas num roteiro pré-estabelecido que pensei ser assim mesmo. É incrível. Sei que foi assim porque num passado longínquo tecia eu com meus fios de lã sintética comentários numerosos e fúteis sobre qualquer coisa que se veja. Incrível. Poder perder-se em pensamentos sobre algum alheio à tua realidade e inútil vã opinião. Filosofias concretas e absolutas sobre um algo inesperado. Lembro-me bem de quando atravessando a praça prendia olhares de senhores nunca antes vistos - talvez sim, quem sabe? - numa passarela completa pelo chão da praça de paralelepípedos que fazem tropicar e sujar o calçado. Que pensamentos tinham por mim, poor girl , cada vez que ia e voltava pela comodidade daquele caminho?  Fingia olhar as folhinhas das árvores

A coletividade do individual.

Tudo o que sou e nada faz parte de mim este tudo que preenche minha existência, mas tudo o quê se sou pouco? Não vivi nada até agora controvérsias haverão amiúde estaria eu morta em comodismo que de mim mesma enxergo nada? Da autoanálise subjetivada encontrei-me a mim mesma caso contrario não seria auto e numa epifania louca confiei-me. Tudo que sei e nada fiz o que pude, tentei.

Nascer, crescer, reproduzir e morrer.

No começo eu era como outro qualquer, sem importância, sem atitudes, sem nada. Eu era ácida, fria e não falava com ninguém. Então mudei. Sim, mudei, não sei o que aconteceu, porém, mudei. E gostei de ter mudado. Eu cresci, fiquei mais bonita, mais consciente de mim, confiante, até. Meu corpo foi se desenvolvendo e como uma mulher feita fui ficando formosa, até com brilho no olhar. Sempre fui fotogênica, mas as pessoas encontravam formas de me deixar muito mais bonita sem alterar-me no photoshop . Comecei ser mais amigável e simpática, respondia bem às necessidades alheias - altruísmo e tal. Mas com o tempo me cansei, as pessoas cobravam cada vez mais de mim, abusavam de minha bondade, queriam sempre mais e mais e mais. Até que decidi cobrar meu ônus, cobrar pelo trabalho que fiz e exigir recompensações. Porém, como tudo na vida não são rosas, não recebi muita coisa. É claro que era apoiada por hippies ,   ambientalistas e pacifistas , só que ainda assim não era s

Acho que estou crescendo, sabe?

"Na falta do que fazer fui procurar minha opinião própria. É, deixe-me te explicar: ouvia tanto umas pessoas falando de outras, disto e daquilo que não tinha certeza se era fato ou boato. Na realidade, eu queria me sobressair, sim, daquelas meninas fúteis e descoladas que tanto via na rua. Eu não podia ser igual a elas. Queria ser o que os meninos gostam de verdade e queria ser para mim. Foi interessante, mas ainda não descobri quem sou. Falta-me dinheiro. Claro que sim! Não tem como definir personalidade com as roupas que tua mãe compra pra ti. Aos poucos fui me moldando, aprendendo umas coisas aqui, algumas ali, me adaptando a uma nova forma de olhar e compreender e até mesmo entender as coisas. Passei a estudar mais, organizar meu tempo, ouvir músicas diferentes até perder meu mp3, filmes mais inteligentes, livros, tentar me socializar com amigos 'novos'. Foi difícil, ainda é. Não cheguei ao resultado e não sei se chegarei a tempo ou se é lá que há tempo pra isso. Ag

Breve episódio.

Pernas, roupa, tênis, rua, caminho, pessoas, árvores, pássaros, nuvens, sóis, ops, sol, água, gotas, chuva. Chuva? Corrida, esconderijo, abrigo, árvore novamente, música, sono, volta, tropeços, barro, asfalto quente, fome, calor, frio, ansiedade, corrida, esquina, carros, moto, bicicleta, bêbados, andarilhos, desconfiança, olho, quadra, rua, portão, casa, calçada, abrigo. Ah!