O que pensar de uma flor? Ela estava sempre ali à minha espera, conhecia meus horários e minha rotina - quase sabia mais de mim que eu mesmo, por ser expectador e não o protagonista. Ficava sempre à mesma maneira: parada, observando; havia poucos movimentos deliberados pelo vento e pela chuva. O que pensar de uma flor? Dizia ela coisas estranhas e até certo ponto inacessíveis, como intendê-la?, parecia uma pequena princesa teimando falar-me o que não podia ouvir. Nasceu de forma devagar, abrindo caminho ante à terra ocupando seu espaço no universo, brotou calmamente em diferentes tons de verde - como numa palheta de cores e tamanhos e cheiros - até que fortunadamente teve seu primeiro botão; eu que já perdera tantos de minhas camisetas não me importei ao momento singelo sua aparição. O que pensar de uma flor? Ela tinha sempre o mesmo perfume: de flor e nada mais. Era só isso, flor. Era delicada, flor. Tinha seu suingue estático, como flor. Suas curvas e belezas naturais inal