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Mostrando postagens de abril, 2012

Algo errado.

"Gabi, vc vai ser doutora com menos de trinta, isso é uma honra meu bem.exercite sua segurança" Deixo uma coisa clara: sou pessimista. Não sei quando nem onde ao certo comecei pensar assim.  Eu sempre fui pequenininha e magrinha, com adjetivos adornados de "inha", minha mãe até os 18 anos de idade insiste em me dar a mão ao atravessar a rua e sempre que as pessoas me vêm têm vontade de me proteger. É automático. Não quero julgá-la ou apontar o dedo e dizer "você me fez isso, isso e isso!", mas mamãe é grande responsável por eu ser como sou hoje. Não sou pessoa de fazer o que quero porque sempre tenho em mente "se eu fizer isso, tal coisa dará errado" e esse pensamento é dedicado à ela. Sim, não pulei muros, não matei aula, não ia brincar na outra rua e não fazia uma infinidade de outras coisas que todas as outras crianças faziam porque ela vivia sempre fazendo chantagem emocional comigo. Me sentia culpada demais pelas coisas que nem

Peidar ou não peidar, eis a questão.

Acho estranho e um tanto hipócrita não aceitar o pum alheio. Moro com 3 pessoas há mais de dois meses e ainda sentem vergonha de flatulência. No início até que seria educado guardá-los devido à falta de intimidade, mas agora, nos 40 do segundo tempo? hahahahahaha não guardo. É meio nojento falar sobre isso no blog, mas convenhamos, atire a primeira pedra quem nunca peidou quando tinha visita em casa! Agora imaginei a cena: você e sua família recebendo visitas e de repente um cheiro não muito bom literalmente solto no ar, agora imagine a cara da visita ao senti-lo, e então a cara de desconforto de seus pais ao perceberem também o odor bandido solto. Algo que descreve perfeitamente essa situação: (risos). Eu acho que amigo só é amigo se suporta o pum alheio. Que fingimento é quando sentem vergonha de soltá-los! A amizade não é completa... A mesma coisa no namoro: só é amor de verdade depois do primeiro pum.  Aconteceu que agora há pouco um dos meus roomates  saiu procurando o do

"É bonita e é vivida."

Estava com saudade dessa música , mas, princialmente, das coisas que aconteceram na época que a ouvia. Eu trabalhava, tinha meu círculo de amigos no bairro, na escola, no emprego e anexos; tinha os meus problemas, sabedoria, orgulhos e decepções; lia livros todos os dias, uma infinidade de coisas maravilhosas que não posso tornar fazer. Não reclamo. Não. Seria ingratidão minha. Agora tenho faculdade onde curso medicina (um sonho acordando), tenho minha casa, moro em outro país. Agora tenho liberdade e junto com ela, a responsabilidade de me manter aqui somente com o dinheiro que meus pais me mandam.  Mas falta algo. Sim. Falta minha  irmã , dos meus pais, dos meus. Nem minha cama foge à lista. Foi estranho essa semana: do nada me lembrei que meus pais têm carro, foi estranho porque estou acostumada ter de tomar táxi ou micro para ir ao mercado,sendo que em casa bastaria chamá-los. Eu não choro à noite de saudade, mas ela vem de vez em quando e deixa o vazio no coração. Enfim,

Canseira

Sabe uma coisa que eu acho ridículo e que eu mesma faço: reclamar das coisas a quem não devia ouvir. Para que ficar jogando indiretas e incitar revoltas sobre fotos/comentários/videos a respeito de determinados assuntos para pessoas que não têm nada a ver com o teu humor? Se é contra a polícia, tenha provas e organize um abaixo-assinado por melhorias; sé é contra ou a favor do homossexualismo e todos os pontos e vírgulas que isso abrange, pois faça algo a respeito que seja útil a que não ficar xingando os "homofóbicos" pelas redes sociais; se é contra mal-tratos a animais, adote um; contra a violência infantil, vá ao orfanato/abrigo do menor e lhes dedique um dia de companheirismo e diversão - aposto que fará MUITO MAIS DIFERENÇA que compartilhar uma foto e tecer comentários violentos sobre uma coisa já violenta. Pense nas coisas que está fazendo que poderiam ser melhor. Ajude. Não fique alimentando trolls, tampouco incitando violência. "Pra viver tranquilo

Um poema chamado Poema

Pus-me a escrever um poema minto, de poema nada teve. Estive à procura da resposta certa mas antes tinha de achar a pergunta. Quero dizer-lhes que tenho um lema: Não abandonar quem um dia me cativou à espera de outro alguém que ninguém será como quem. Não quero rimas feitas não quero seguir regras quero a liberdade para meus dedos e escrever, assim, sem apego. Diga-me qual é a pergunta e vejo se te respondo a vida não é um conto é um jogo de emoções, desejos e sonhos. Procuro a palavra palavra do poema de alguém outrora sei que devia marcá-la para não dizer que roubara Mas assim, digo, não é meu tampouco a pergunta encontrei sem ela então sem resposta e a vida continua uma bosta hahahahaha não pude aguentar essa rima foi ridícula! Mas já que aqui chegamos Aproveite e nos beijamos Hoje é o dia do beijo, ontem foi o dia dos niños protestos contra aborto na rua ficamos à mercê da paciência tomando chimarrão pelos quartos enquanto à vida volta a decên

A fome é psicológica!

Sim, digo isso baseada em meus ensinamentos histológicos. O que ocorre é o seguinte: Se você tem uma alimentação regular com horários marcados e por acaso não der para comer em determinado período do dia NÃO SE PREOCUPE. Quando chegar a hora de tal ingestão vai acontecer o que? O cérebro vai liberar hormônios que definem a fome. Se você não se alimentar exatamente naquela hora, depois de um tempinho - cerca de quinze minutos ou meia hora - a fome retornará. Se você continuar sem comer nada naquela tempo, o horário de alimentação x vai passar. Até o próximo tempo de ingestão não sentirá fome porque, hm, tecnicamente, não está na sua carga horária se alimentar durante esse período (extra). E isso se repetirá em tooooodas as vezes que tiver de comer. Sucintamente: Vamos pegar o café da manhã como exemplo: O regular seria: uma porção de leite ou derivados, uma porção de fruta e uma porção de cereais, todas elas às 6h da manhã. Caso não coma no café da ma

"Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome"

É interessante como o cérebro feminino tem a capacidade de distinguir mais cores que as 12 básicas do cérebro masculino. Na escola, meados de 4ª ou 5ª série já da para começar perceber a diferença entre esses dois mundos: as meninas aparecem na aula com caixas de 12, 24, 36, 48 e até 72 cores, enquanto os meninos se dividem entre os de 6 e 12 cores e, por mais que dê a eles uma caixa com mais lápis, usarão somente as básicas. As mulheres conseguem dar nomes incríveis a uma tonalidade 05% mais escura (ou inclinada a outra cor) que a cor X -  azul petróleo, piscina, turquesa, limão, céu, inferno, bem, mal, chuva, sol... - enquanto para os homens será hoje e sempre  azul.  Acho incrível! E em contrapartida descubro Frida Kahlo, mulher problemática (sofreu acidentes e doenças por toda sua vida) que por meio disso começou pintar. Primeiramente o tripé foi adaptado à sua cama (maca) e então começou retratar a história e folclores do México, seu país de origem. Como o país

O que muda com os ventos

Isso está mais para um rato que para um coelho. Perceba-se! Uma coisa que acho engraçada e ao mesmo tempo hipócrita é a concepção das pessoas sobre  Páscoa . É o tema mais falado do mês, seguido por "para a nossa alegria" (diabéisso?). A páscoa, de acordo com a história bíblica é a morte de Jesus por amor aos pecadores, para livrá-los do pecado - mesmo muitos deles não crendo no que fazia e, pior ainda, o julgando e gritando "crucifica-o"-. Li ha alguns poucos dias no  Facebook  garotas e garotos dizendo sobre a páscoa algo como: - Páscoa não é coelhinho, não é ovo, não é consumismo. - Páscoa é x, y e z! Mas ao chegar o Domingo de Páscoa, esquecem-se de tudo o que falaram e postam  lindas  e  maravilhosas  fotos com nariz pintado com bigode de coelho. Então eu lhes pergunto "cadê a revolta contra os ovos de chocolate?". Acho que seria sensato as pessoas que se dizem sábias, decididas e adultas da vida se firmassem em uma opinião só.

O desconhecido esperado

Não, por favor, seja gentil, prometa ser  gentil. Ela esperava que fosse quente e devagar. Era tão ansiado, sonhara inúmeras vezes durante noites a fio com aquilo e perdera tantas outras imaginando como seria. Ela era nova e inexperiente, tudo o que sabia havia sido dito por alguém ou visto em algum filme - não que ela buscasse na experiência dos outros sua própria aprendizagem. Não sobre isso - era uma boa ouvinte e procurava aprender sobre a vida com os ensinamentos alheios - até porque varia de pessoa para pessoa. Ela queria que fosse especial, único! Embebia-se de suas juras de amor e, nesse compasso iam se ritmando à musica, passo a passo, à medida que as batidas faziam o movimento. Temia, tadinha, temia fazer coisas erradas, morder, beliscar, e não se adaptar, mas mal sabia ela que na vida é assim, sempre sempre e sempre será diferente - a estrutura pode até ser mesma, mas como as pessoas são diferentes, os detalhes e circunferências de seus atos são diferentes também. Nã

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.

Se se morre de amor

Se se morre de amor! – Não, não se morre, Quando é fascinação que nos surpreende De ruidoso sarau entre os festejos; Quando luzes, calor, orquestra e flores Assomos de prazer nos raiam n’alma, Que embelezada e solta em tal ambiente No que ouve e no que vê prazer alcança! Simpáticas feições, cintura breve, Graciosa postura, porte airoso, Uma fita, uma flor entre os cabelos, Um quê mal definido, acaso podem Num engano d’amor arrebentar-nos. Mas isso amor não é; isso é delírio Devaneio, ilusão, que se esvaece Ao som final da orquestra, ao derradeiro Clarão, que as luzes ao morrer despedem: Se outro nome lhe dão, se amor o chamam, D’amor igual ninguém sucumbe à perda. Amor é  vida ; é ter constantemente Alma, sentidos, coração – abertos Ao grande, ao belo, é ser capaz d’extremos, D’altas virtudes, té capaz de crimes! Compreender o infinito, a imensidade E a natureza e Deus; gostar dos campos, D’aves, flores,murmúrios solitários; Buscar tristeza, a soledade,

O mundo é grande

O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar. Carlos Drummond de Andrade, em "Amar se Aprende Amando"