A autenticidade é um exercício que demanda coragem. Coragem pra ser quem é, pra assumir e ressoar a versão que você quer sobre si mesma.
Tem coisas que gritam lá no fundo da consciência, mas pelo comodismo a gente acaba deixando de lado - e pra isso é preciso coragem, pra trazê-las à superfície.
Se ninguém é igual, se cada experiência é única, se cada beleza é individual, e eu não estou mostrando o melhor de mim, pra qual planeta/existência eu tô me guardando?
Quando eu era criança, admirava algumas pessoas adultas que apareciam na minha vida, uma pelo modo descontraído de se vestir, outra pelo gosto musical diferente do que eu havia vivenciado, ou então pelo jeito diferente de agir.
E hoje eu entendo que, colocando o orgulho de lado, é o nosso jeitinho que nos torna especial, como a forma como eu estendo roupa no varal, ou o jeito que seguro a caneta ao escrever. São nossos detalhes que nos tornam únicos.
Mas, também, venho entendendo que ser adulta consiste no equilíbrio entre satisfazer a minha criança interior ao passo que aprendo a lidar com o mundo como ele é. Não dá pra viver no passado, apenas pra curar a infância ferida, é preciso viver o agora. E, no agora, eu escolho aprender a me relacionar comigo e com o outro, por exemplo, construir uma relação satisfatória com a minha irmã ou com a minha mãe, compreendendo os limites de cada uma, mas também respeitando o que é importante pra mim mesma em cada relação.
E, nesse jogo de equilibrar os pratos, algumas coisas vão se destacando e tomando atenção que, se não vivesse no presente, não perceberia, como apreciar hoje um tempero que não gostava quando era criança, algo que eu escolhi mudar de opinião a respeito…
Comentários