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 Acorda, soneca, acorda e levanta, e toma banho enquanto escova os dentes. Se arruma, ah! Mas a roupa está lá na frente, e o quarto lá no fundo, e o protetor, onde estará?

Atrasada, como sempre, atrasada. Mas hoje tentando chegar um cadin mais cedo. E corre. E acelera, e freia! Procura, cadê as chaves? Ah, ficou no carro, e volta e pega, e destranca.

Entra e cumprimenta. Abre, e fecha. Procura, não está. Abre, bom dia, eu digo. Bom dia, eles respondem. E guarda, e senta, e abre, e liga. Aguarda, logo inicia. Ih, a água! Esqueceu da água. Levanta, corre, abre e pega, coloca e liga. Agora pode ir, desliga sozinho.

Volta, pega, clica, abre. Pisca. Volta, a água ficou lá na frente, e a sala lá no fundo. Senta, entende, concentra, produz. Atrasada. Alguém pede ajuda, responde, tira dúvidas, levanta e vê, corrige, confirma, concentra.

O relógio! O horário, o almoço, a mamãe. Fecha, desliga, guarda, pega, liga. Dirige, canta, xinga, CORNO! Desliza, costura, curte, calcula. Estaciona… ali, sombra! Atrasada.

A falta de apetite, a ociosidade, a mesma cena. Promete, e palestra, e faz careta, e até fede! Exala, contamina… cansa. 

Tenta, insiste, mas manipula também. Ácida, reclamona, vaidosa. Mas amorosa, gosta de agradar - a linguagem do amor. Preocupa, compartilha, se esforça. Pouca gente sabe o quão difícil. Mas ela sim, ela sabe, nós sabemos. Dividimos, somamos.

Refúgio, companhia, carinho e meu amor. Sensível, as vezes crítico e, pela primeira vez, desconfortável. “Você não é meu pai” pensou. E completou “eu tenho 12 anos?”.

E chora. Choro doído que só. Acalma, pensa, relaxa, e fala.

Mas dorme, pq quando acordar estará novamente atrasada, sempre atrasada…