Ela olha-se ao
espelho e pensa "estou ficando velha". Não são as marcas da idade que
imprimem em sua pele a aparência da velhice, mas sim a expressão de cansaço.
Anda ocupada e se ocupa andando, sempre fazendo algo durante o dia e a
noite, seja estudar ou trabalhar. Diz ela que mudou de cidade para ser alguém na vida, mas
soube assim que chegou lá que não seria tão fácil.
O olhar cansado
paira sobre o ar indo além do imaginável, num breve momento de descanso. Como
poderia lidar com tudo aquilo ainda não sabia, mas sim que teria de suportar.
Puxou a corda da descarga, desligou a luz e saiu do banheiro. Como não tinha
muito tempo para nada, a casa geralmente estava desorganizada e tinha de
dividir o tempo livre com a arrumação e acalmar o estado de espírito para
assim, poder enfrentar mais uma jornada da batalha.
Levantou as pernas no sofá para um breve cochilo após o almoço. Ah!, os joelhos doíam.
- Estou velha, pensou novamente, como é possível ser tão nova e velha ao mesmo tempo? Carrego em mim os costumes de meus pais e do mundo "globalizado", como num paradoxo sem fim. Quase penso que Como Nossos Pais se encaixa para mim - mas não vem ao caso.
Depois de algum tempo deitada no sofá começou cochilar e, depois que acorda, grita: CHEGA!
Depois de algum tempo deitada no sofá começou cochilar e, depois que acorda, grita: CHEGA!
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